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Copam adia licenciamento ambiental para a exploração de terras raras no Sul de MG após pedido de vista de conselheiros

Terras raras e mineração: qual o impacto ambiental? O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) adiou a avaliação dos licenciamentos ambientais para ...

Copam adia licenciamento ambiental para a exploração de terras raras no Sul de MG após pedido de vista de conselheiros
Copam adia licenciamento ambiental para a exploração de terras raras no Sul de MG após pedido de vista de conselheiros (Foto: Reprodução)

Terras raras e mineração: qual o impacto ambiental? O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) adiou a avaliação dos licenciamentos ambientais para a exploração de terras raras no Planalto de Poços de Caldas (MG), que incluem os projetos "Colossus", da mineradora Viridis, em Poços de Caldas, e "Caldeira", da Meteoric Minerals, em Caldas. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram Os itens foram retirados da pauta da reunião, realizada na manhã desta sexta-feira (24), após um pedido de vista conjunta dos conselheiros representantes da Associação Ambiental Zeladoria do Planeta, do Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (CIEMG), do Sindextra - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas de Itaúna e Itatiaiuçu, e do Instituto Dom Helder. Gustavo Bleme, representante da Associação Ambiental Zeladoria do Planeta, justificou o pedido dizendo que era preciso mais tempo para analisar e ter mais clareza dos processos e também para atender aos pedidos da sociedade civil. Além dos projetos de terras raras, todos os projetos de licença ambiental foram adiados. Eles devem voltar à pauta na próxima reunião do Copam, que será realizada em 28 de novembro. Solo de região do Sul de Minas que fica sobre uma cratera de vulcão extinto é rico em terras raras Reprodução EPTV A mineradora Viridis disse, por meio de nota, que o licenciamento ambiental do Projeto Colossus vem sendo conduzido com total transparência e rigor técnico, respeitando todas as etapas legais e o papel fiscalizador dos órgãos competentes. Disse ainda que os estudos que fundamentam o requerimento de Licença Prévia são amplos e detalhados, foram disponibilizados ao público, submetidos a vistorias técnicas e audiências públicas, e complementados conforme as solicitações do órgão ambiental estadual. "Como resultado desse processo, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) emitiu parecer técnico e jurídico favorável ao deferimento da licença, que agora deverá ser analisado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam)", disse a empresa. O g1 também procurou a Meteoric e aguarda um retorno. Pressão Antes da votação, o Copam sofreu pressão de organizações de proteção do meio ambiente e de políticos para adiar as avaliações de pareceres referentes aos licenciamentos ambientais dos projetos para exploração de terras raras. A Câmara Municipal de Poços de Caldas (MG) aprovou, na sessão de terça-feira (21), duas moções de apelo solicitando à Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e ao Copam para não votarem os projetos. Os parlamentares alegaram que os projetos fazem parte de uma atividade recente, complexa e com impactos ainda pouco conhecidos. Eles observam ainda que as áreas previstas para exploração estão a poucos metros da zona urbana. “Não somos contra o desenvolvimento, mas acreditamos que o progresso não pode atropelar a segurança das pessoas nem comprometer nossos recursos naturais. Por isso, pedimos que os órgãos ambientais retirem de pauta esses processos até que tudo seja devidamente esclarecido, com novos estudos, novas audiências e uma análise criteriosa de todas as informações”, disse o vereador Tiago Braz. LEIA TAMBÉM: Mineradora consegue licença para instalar laboratório inédito de testes para terras raras em MG Corrida por terras raras: descoberta de jazida em MG atrai mais de 100 pedidos de mineração Cratera de vulcão em MG pode suprir 20% da demanda global por terras raras, minerais estratégicos cobiçados pelos EUA Conselho muda decisão e autoriza mineração de terras raras no entorno de área de proteção ambiental em Caldas A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) também oficiou todos os conselheiros da Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Copam, solicitando a retirada de pauta dos processos de licenciamento ambiental referentes aos Projetos Caldeira e Colossus. A parlamentar afirmou que havia irregularidades graves nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) de ambos os empreendimentos. Também questionou a legitimidade do Copam no momento, envolvido nas investigações da Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal em setembro, que revelou um esquema de corrupção e favorecimento a mineradoras em processos de licenciamento ambiental. Planalto de Poços de Caldas é uma das maiores reservas de terras raras do mundo Vulcão inativo no Sul de MG abriga jazida de terras raras O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, com 21 milhões de toneladas, o equivalente a 23% do total global, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Projetos de extração desses minérios já estão em andamento em Goiás e Minas Gerais, mas há jazidas também no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Roraima e Bahia. O depósito de terras raras formado sobre a cratera do vulcão extinto no Planalto de Poços de Caldas se destaca pela extensão e alta concentração destes minérios. A estimativa é que ele possa suprir cerca de 20% da demanda global. Ele também possui facilidades de extração não encontradas em outros locais do mundo, sendo considerado por algumas empresas de mineração "um unicórnio" — termo utilizado para ilustrar a sua raridade e a sua singularidade. Empresas brasileiras e estrangeiras têm feito uma corrida pela exploração de terras raras. A Agência Nacional de Mineração (ANM) já concedeu, até o início de 2025, 1.882 autorizações para pesquisa desses minerais no Brasil. Em Minas Gerais, foram 361 pedidos, e cerca de um terço está concentrado na região de Poços de Caldas. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

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