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BH 128 anos: o que as lendas da 'Loira do Bonfim' e do 'Cego da Contorno' dizem sobre a cidade

'Loira do Bonfim: conheça a lenda BH - Imagem criada com o auxílio de IA Há quem dia que são figuras assustadoras, mas reza a lenda que os conhecidos fantas...

BH 128 anos: o que as lendas da 'Loira do Bonfim' e do 'Cego da Contorno' dizem sobre a cidade
BH 128 anos: o que as lendas da 'Loira do Bonfim' e do 'Cego da Contorno' dizem sobre a cidade (Foto: Reprodução)

'Loira do Bonfim: conheça a lenda BH - Imagem criada com o auxílio de IA Há quem dia que são figuras assustadoras, mas reza a lenda que os conhecidos fantasmas de Belo Horizonte são, na verdade, almas que protegem e guardam as maiores histórias da cidade. Eles começam a surgir no imaginário dos moradores no antigo Curral Del-Rei, arraial onde a capital mineira foi construída no fim do século 19, e se desenvolvem ao longo do século 20. Belo Horizonte completa 128 anos nesta sexta-feira (12), data que marca a transferência da capital de Minas Gerais de Ouro Preto para a então nova cidade. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Na comemoração do aniversário, o g1 preparou uma série especial, em texto e vídeo (assista abaixo), sobre figuras emblemáticas do imaginário belo-horizontino. Nesta quarta-feira (9), mostramos a icônica "Loira do Bonfim" (vídeo acima) e o "Cego da Contorno" (vídeo abaixo), duas personalidades que falam sobre o que foi Belo Horizonte antes da sua modernização. Vale lembrar que o território de BH já era ocupado antes da fundação da cidade, em 1987. Moradores antigos tiveram suas histórias apagadas ao serem expulsos, muitas vezes de forma violenta, de locais que se tornaram regiões nobres da capital. Eles precisaram ceder espaço para que grandes empreiteiros construíssem nas avenidas que mais dão acesso ao Centro da cidade. Os fantasmas de Belo Horizonte, como a "Maria Papuda", o "Avantesma da Lagoinha" e o "funcionário público da rua do Ouro" são alguns dos exemplos de personagens que carregam a história política e cheia de conflitos que marcou a construção da cidade. Ainda que os personagens sejam velhos conhecidos de quem vive na região, e muita gente até diga que já os viu, esses fantasmas nunca tiveram sua existência comprovada, como ocorre com toda lenda urbana. Esta reportagem descreve as seguintes lendas: "Loira do Bonfim" "Cego da Contorno" Lendas Loira do Bonfim e Cego da Contorno g1 Arte/Imagem criada com o auxílio de IA 'Loira do Bonfim' A 'Loira do Bonfim' é uma das lendas urbanas mais famosas e antigas de Belo Horizonte. A história surgiu nas décadas de 1940 e 1950, no Cemitério do Bonfim, um dos mais tradicionais e antigos da capital mineira. Assista ao vídeo no começo da reportagem. A versão mais famosa dessa história retrata uma mulher loira com uma beleza que chamava a atenção. Ela passeava pelas zonas boêmias do Centro de BH durante as madrugadas, seduzindo e conquistando alguns homens. Assim, ela os convidava para ir até sua casa, no bairro Bonfim. Geralmente, ela também pedia carona a motoristas (inicialmente de bonde, depois taxistas e, em versões mais modernas, até mesmo de carro de aplicativo), dando a eles o endereço de sua suposta residência. Ao chegarem ao local indicado, geralmente por volta das duas horas da manhã, o endereço misterioso era, na verdade, o Cemitério do Bonfim. A mulher ia então até a entrada do cemitério e simplesmente desaparecia. A lenda da "Loira do Bonfim" nasceu em um contexto social onde as mulheres só eram bem vistas se fossem casadas, e é como se ela viesse "cobrar" por um marido que a fizesse uma mulher completamente realizada. Por isso, a aparição dela é como uma memória de uma década em que as mulheres só eram consideradas "vivas" na companhia de um homem. Para o escritor e cofundador do movimento BH a Pé, Rafael Sette Câmara, as histórias dos famosos fantasmas não só fazem parte da cultura regional como carregam um tom político de cada era. "A região do Bonfim e Lagoinha, o baixo Centro de BH, era tudo uma coisa só, a zona boêmia. Essa mulher loira entra não só no cemitério, mas atravessa toda a zona boêmia para ir para esse reino da perdição e morte", disse. Loira do Bonfim, uma das mais antigas lendas de BH g1 Arte/Imagem criada com o auxílio de IA LEIA TAMBÉM: BH 126 anos: conheça a história de moradores e operários que foi apagada para dar lugar à nova capital de Minas Gerais 127 anos de BH: Marco Zero, Igreja da Boa Viagem nasceu antes mesmo da criação da cidade; entenda a história 'Cego da Contorno' 'Cego da Contorno': conheça a lenda de BH - Imagem criada com o auxílio de IA A lenda urbana do "Cego da Contorno" retrata um senhor idoso, cego, que atravessa a Avenida do Contorno, via que delimita o traçado original da área planejada de BH, nas primeiras horas da manhã, tateando as paredes para encontrar sua antiga casa. A história diz que, logo após a morte de sua esposa, seus filhos o internam em um antigo manicômio para ficar com a herança da família. Os filhos usam todo o dinheiro e vendem a antiga casa onde os pais moravam. O homem fica no manicômio até o fim da vida e, logo após sua partida, as pessoas começam a ver uma figura diferente nos arredores da Avenida do Contorno, sempre pela manhã. A imagem é de um senhor idoso, que passa tateando as paredes tentando encontrar sua antiga casa. No entanto, ele nunca conseguiu encontrar seu espaço, e o que ocupa a antiga casa é um arranha-céu construído para receber mais e mais moradores. "Isso diz muito sobre moradia e especulação imobiliária na cidade", explicou Rafael Sette Câmara. Cego da Contorno é um famoso fantasma que procura por sua casa g1 Arte/Imagem criada com o auxílio de IA Vídeos mais vistos no g1 Minas:

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